a corrida mundial por alternativas aos derivados do petróleo também conta com o butanol, um parente químico do etanol e do metanol. ele é objeto de financiamento do governo da grã-bretanha, de us$ 500 mil, para a empresa green biologics, que desenvolveu um método de baixo custo para produzir esse tipo de álcool a partir de biomassa, tanto de resíduos de plantações como de capins ou outras culturas. o butanol pode ser produzido a partir da fermentação de amidos e de açúcares ou na indústria petroquímica. é usado como solvente na produção de tintas. até há pouco tempo ele era descartado como combustível devido aos altos custos de produção. o novo método da empresa britânica faz os custos caírem em mais de um terço. a produção é feita com microorganismos termofílicos (resistentes a altas temperaturas) e enzimas termoestáveis e utiliza, no processo, fases de fermentação e de hidrólise, reação química que quebra as moléculas dos vegetais para extração do álcool. em 2006, a british petroleum e a du pont anunciaram uma parceria para produzir butanol pela rota convencional, com amido e açúcares, para ser misturado à gasolina (london press).
na minha opinião, e com os meus parcos conhecimentos de química, o etanol seria a melhor opção para reduzir as emissões de co2. quanto menor for a cadeia carbonada de um álcool, maior será a percentagem de oxigénio na molécula de combustível, e é isso que nós queremos: maior consumo relativo, para usarmos menos o2, menos oxigénio do ar, e assim produzirmos menos co2, da forma que se segue:
metanol
ch2o + o2 (razão 1/1) => co2 + h2o (a partir de agora tenham em atenção a quantidade de moléculas de co2 do lado direito da equação, representam as que são produzidas pela combustão)
etanol
c2h6o + 7/2*o2 (razão 1/3,5 = menor consumo) => 2*co2 + 3*h2o (note-se o dobro do co2)
passando para o butanol
c4h10o + 13/2*o2 (razão 1/6,5 = ainda menor consumo) => 4*co2 + 5*h2o (mas mais co2)
penso não me ter enganado nos cálculos, mas fica a intenção. se melhor ambiente depende só do co2, queremos maiores consumos de combustíveis com cadeias carbonadas curtas.
edit: depois temos de ver também as emissões gastas na produção, e se os custos baixaram, aposto que as emissões também devem ter baixado. o co2 enviado para a atmosfera não é só o que sai dos tubos de escape, é o que sai também das refinarias/destilarias!
o problema não é o oxigénio do ar mas o carbono nas moléculas. as moléculas de co2 produzidas estão na proporção directa dos átomos de carbono presentes na molécula inicial.
acredito que um possivel problema com a queima do butanol seria a emissao de aldeidos ou outras especies quimicas resultantes da queima incompleta do butanol.
quanto maior a cadeia carbonica, mais dificil a queima completa. principalmente em motores que utilizam o ciclo otto.
murilo oliveira Escreveu:acredito que um possivel problema com a queima do butanol seria a emissao de aldeidos ou outras especies quimicas resultantes da queima incompleta do butanol.
quanto maior a cadeia carbonica, mais dificil a queima completa. principalmente em motores que utilizam o ciclo otto.
oi gasolina,
apenas quis destacar um possivel problema com o uso do butanol, é bom que discorramos sobre os possiveis obstaculos que as novas tecnologias energeticas podem ter para nao enfrentarmos surpresas no futuro.
em relação à quimica, não é quantidade de oxigénio na molécula que interessa, mas sim a quantidade de dióxido de carbono por caloria libertada.
o que adianta ter um composto com muito oxigénio na molécula se a energia da sua queima é baixa?
senão comparem o "calor de combustão" de cada molécula
etanol - 1364 kj mol-1 = 29,65 kj por grama
butanol-1 - 2677 kjmol-1 = 36,67 kj por grama
assim para produzir a mesma energia que uma grama de butanol seria preciso 1,24 gramas de etanol.
aquilo que li até agora sobre a produção biológica de butanol não é muito aliciante.
a produção de butanol é baixa, porque é tóxico para as bactérias em percentagens tão baixas como 1%. pelo que é necessário estar continuamente a retirá-lo da solução a fermentar.
em termos de vantagens, é que conjuntamente com o butanol também é produzido acetona, etanol e hidrogénio, pelo neste tipo de fermentação seriam obtido produtos com valor acresentado elevado para a industria (hidrogénio).
em relação à utilização de outros produtos que não culturas alimentares, já existe investigação na área, com a utilização de celulase para utilização de residuos agricolas.
existem alguns organismos que produzem etanol a partir de celulose,clostridium thermocellum, mas a quantidade de etanol produzida é baixa, embora a actividade da celulase deste organismo seja muito elevada.
a produção de hidrogénio, oleos/diesel a partir de algas é muito interessante, pois não afectam de forma a ocupação de terrenos para produção de matéria prima para os biocombustíveis, ao contrário de muitas soluções actuais (jatrofa, cana de açucar e outros).
pessoalmente acredito muito no butanol como elemento integrante da matriz energetica. acho uma miopia as pessoas acreditarem numa solucao so como so petroleo ou só alcool ou a famosa briga ovu vs. biodiesel.
existe antes disso muito potencial a ser explorado de tecnologia e fontes energeticas ja disponiveis como no caso do biogas.
mas entre nós, alguem acha que os europeus vao ficar de bracos cruzados agora que o brasil gostaria de ser uma opcao p/ o petroleo?
se eles estao pesquisando butanol ou a rebimboca que fosse nao era melhor abrirmos bem olhos e orelhas?
murilo, o butanol pode ser mais uma das alternativas, nao pode? se ficar chato de queimar a gente vende como solvente que os americanos compram tudo e sem ser como combustivel de reprente ate tem menos barreiras, quem sabe?
