a austrália e os eua anunciaram hoje que vão reforçar a sua cooperação na área de energia nuclear para combater as alterações climáticas e expressaram o seu interesse em encontrar uma alternativa para o protocolo de quioto que inclua «todas» as grandes economias.
o primeiro-ministro australiano, john howard, e o presidente norte-americano, george w. bush, também apoiaram a aliança global para a energia nuclear (gnep), uma iniciativa multilateral comandada pelos eua para promover a energia nuclear não poluente em todo o mundo.
o acordo foi fechado durante a cimeira do fórum de cooperação económica ásia pacífico (apec) realizado esta semana, em sydney.
em conferência de imprensa, bush qualificou de «lenda urbana e absurda» a ideia de que não se preocupa com o meio ambiente, só por causa da sua oposição ao protocolo de quioto. o acordo foi ratificado por 166 países, em 1997, para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa.
os governos australiano e norte-americano recusam-se a ratificar o pacto devido à ausência de grandes países em desenvolvimento, como a china, o segundo país mais poluente do planeta, depois dos eua.
howard sugeriu a assinatura do pacto com os eua durante a reunião do apec para melhorar a eficiência energética em 25% até 2030. mas a proposta recebeu duras críticas do grupo ambientalista greenpeace, por não estabelecer metas com carácter obrigatório para os membros do fórum.
segundo o greenpeace, que obteve uma minuta do texto, o documento foi criado com o objectivo de satisfazer a austrália e os estados unidos.
«o alvo seria aplicável à região do apec em conjunto e não se traduziria em metas específicas para cada uma das economias do grupo, não seria obrigatório em termos legais e poderia ser modificado se as circunstâncias mudassem», diz o greenpeace sobre a proposta.
para os ambientalistas, a iniciativa é contrária aos interesses dos 21 países-membros do apec.
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