um reactor nuclear no gabão… natural, isto é, não criado pelo homem
por volta de tanta discussão em torno do uso da energia nuclear existe uma informação que é conhecida por poucos e que parecer ultrapassar os limites da credibilidade, mas que é contudo… um facto científico aceite e indiscutível: a existência de (pleno menos um) reactor nuclear natural. exacto! um local da natureza onde a reacção nuclear ocorreu naturalmente e no nosso planeta!
embora possam ter existido outros reactores nucleares naturais na terra, o único conhecido até ao momento esteve em actividade à mais de dois biliões de anos desligando-se e ligando-se sucessivamente como um geyser. um estudo recente demonstrou que a água (comum e não a pesada) regulou a sua actividade, a qual continuou por mais de 150 mil anos consecutivos.
este reactor localizou-se numa concentração extraordinária de urânio 235 em oklo, no gabão (áfrica ocidental), neste local a concentração de urânio 235 era tão elevada que se alcançou a massa crítica suficiente para alimentar uma reacção nuclear de fissão na época em que a terra tinha aproximadamente metade da sua idade actual. mas, em vez de explodir como uma bomba atómica, o reactor nuclear natural manteve uma actividade controlada que durou vários milénios, gerando uma potencia média de 100 kilowatts.
até agora, a comunidade científica desconhecia o processo natural que tinha impedido a explosão, mas um estudo publicado recentemente por alexander meshik (missouri) revelou que esta reacção era regulada por água comum, presente no solo do local. a reacção de fissão produz neutrões rápidos que têm que ser retardados de modo a não desencadear uma reacção descontrolada que leva à explosão, e esse foi precisamente o papel desempenhado pela água presente nas rochas com estas altas concentrações de urânio.
quando a temperatura do reactor alcançava níveis mais perigosos, a água líquida transformava-se em vapor e dissipava o calor, abrandando as reacções nucleares. o arrefecimento subsequente levava a que a água se liquidificasse, dando nova dinâmica às reacções nucleares.
a prova deste comportamento foi encontrada na forma de isótopos voláteis de xenon que foram encontrados no local, e cuja presença só pode ser explicada se o reactor tivesse arrefecido e desligado de alguma forma.
a concentração de isótopos de xenon indica que o reactor se desligava por cerca de 30 minutos, mantendo-se nesse estado por duas horas e meia, como se de um geyser se tratasse…
fonte: new scientist
http://ogrunho.wordpress.com/2006/06/20 ... elo-homem/