Despenalização do aborto
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no próximo dia 11 de fevereiro vou votar não à pergunta colocada sobre a descriminalização e a liberalização do aborto. faço-o porque entendo que a vida humana é inviolável desde a sua concepção. entendo que a lei actual, ao permitir o aborto em várias situações perfeitamente determinadas, já é tolerante em relação a situações extremas que podem levar as mulheres a não quererem, ou não serem psicologicamente capazes, de levar ao fim a gravidez.
entendo que o problema do aborto clandestino não se resolve com a sua legalização nem com a abertura de clínicas espanholas em portugal. é preciso explicar que todos têm direito ao planeamento familiar, a uma educação sexual responsável e a determinarem o número de filhos que desejam ter. e para os jovens que iniciam a sua vida sexual há que explicar-lhes os cuidados a ter para evitar uma gravidez ou mesmo doenças sexualmente transmíssiveis.
o aborto não deve ser apresentado como mais um método contraceptivo de fácil acesso mas uma situação rara e excepcional. o estado deve ter uma política activa pró-natalidade. nenhuma mulher deveria sentir-se na necessidade de abortar por razões sociais ou económicas. o dinheiro dos nossos impostos devia servir para ajudar pessoas em situações de carência social e económica e que querem levar por diante uma gravidez. pessoas pobres não deviam sentir-se penalizadas por terem muitos filhos. compete ao estado dar apoio a essas famílias, tirando-as da miséria e dando-lhes condições de vida dignas. claro que é mais fácil (e mais barato?) colocar-lhes um bloco operatório à disposição. mas não devia ser.
a vida humana é inviolável e deve ser protegida. com os recursos actuais, o aborto por decisão unilateral, sem mais explicações, só porque não se quer ou não se deseja ter um filho, não me parece uma atitude eticamente correcta nem desejável face aos meios que estão á disposição para evitar ter filhos. cria um clima de irresponsabilidade pessoal nocivo para a sociedade.
dizer não ao aborto não significa que se seja "pró-prisão", como se afirma por aí. mas é necessário que socialmente o aborto seja considerado reprovável. entendo que a lei deve ser suficientemente flexível para que um juíz, face a cada situação concreta, possa escolher a medida jurídica mais adequada que pode não passar, necessariamente, por uma pena de prisão. não se podem colocar no mesmo nível todos os casos de aborto provocado. é diferente o caso de uma mulher com dificuldades económicas, desempregada, sem apoio familiar, que não se sente em condições psicológicas para ter um, ou mais um, filho do de outra mulher que banaliza o aborto de uma forma leviana.
dizer não ao aborto exige que se lute para que o estado crie uma rede de apoio social e de aconselhamento a mulheres para quem uma gravidez se configura como um drama pessoal. a defesa da vida humana passa também pelo apoio às futuras e potenciais mães e não só, nem principalmente, por leis restritivas e penalizadoras.
se o "sim" ganhar no próximo dia 11 de fevereiro, aceitarei os resultados do referendo como devem ser aceites: com respeito e de forma democrática. considero que existe um retrocesso civilizacional, que caminharemos para uma sociedade menos humana e mais egoísta. mas nada nem ninguém nos impede de continuar a lutar pela vida humana, quer no plano das ideias e da discussão pública democrática, quer através da criação de estruturas sociais de voluntariado que ajudem mulheres em dificuldades e defendam o valor inviolável da vida humana.
cabe a cada um de nós, na medida das nossas capacidades e possibilidades, lutar por um mundo melhor, mais pacífico, tolerante e onde as pessoas sejam felizes. lutar contra a pobreza e o sofrimento humano é responsabilidade de todos. e o aborto é, sempre, uma forma de sofrimento
entendo que o problema do aborto clandestino não se resolve com a sua legalização nem com a abertura de clínicas espanholas em portugal. é preciso explicar que todos têm direito ao planeamento familiar, a uma educação sexual responsável e a determinarem o número de filhos que desejam ter. e para os jovens que iniciam a sua vida sexual há que explicar-lhes os cuidados a ter para evitar uma gravidez ou mesmo doenças sexualmente transmíssiveis.
o aborto não deve ser apresentado como mais um método contraceptivo de fácil acesso mas uma situação rara e excepcional. o estado deve ter uma política activa pró-natalidade. nenhuma mulher deveria sentir-se na necessidade de abortar por razões sociais ou económicas. o dinheiro dos nossos impostos devia servir para ajudar pessoas em situações de carência social e económica e que querem levar por diante uma gravidez. pessoas pobres não deviam sentir-se penalizadas por terem muitos filhos. compete ao estado dar apoio a essas famílias, tirando-as da miséria e dando-lhes condições de vida dignas. claro que é mais fácil (e mais barato?) colocar-lhes um bloco operatório à disposição. mas não devia ser.
a vida humana é inviolável e deve ser protegida. com os recursos actuais, o aborto por decisão unilateral, sem mais explicações, só porque não se quer ou não se deseja ter um filho, não me parece uma atitude eticamente correcta nem desejável face aos meios que estão á disposição para evitar ter filhos. cria um clima de irresponsabilidade pessoal nocivo para a sociedade.
dizer não ao aborto não significa que se seja "pró-prisão", como se afirma por aí. mas é necessário que socialmente o aborto seja considerado reprovável. entendo que a lei deve ser suficientemente flexível para que um juíz, face a cada situação concreta, possa escolher a medida jurídica mais adequada que pode não passar, necessariamente, por uma pena de prisão. não se podem colocar no mesmo nível todos os casos de aborto provocado. é diferente o caso de uma mulher com dificuldades económicas, desempregada, sem apoio familiar, que não se sente em condições psicológicas para ter um, ou mais um, filho do de outra mulher que banaliza o aborto de uma forma leviana.
dizer não ao aborto exige que se lute para que o estado crie uma rede de apoio social e de aconselhamento a mulheres para quem uma gravidez se configura como um drama pessoal. a defesa da vida humana passa também pelo apoio às futuras e potenciais mães e não só, nem principalmente, por leis restritivas e penalizadoras.
se o "sim" ganhar no próximo dia 11 de fevereiro, aceitarei os resultados do referendo como devem ser aceites: com respeito e de forma democrática. considero que existe um retrocesso civilizacional, que caminharemos para uma sociedade menos humana e mais egoísta. mas nada nem ninguém nos impede de continuar a lutar pela vida humana, quer no plano das ideias e da discussão pública democrática, quer através da criação de estruturas sociais de voluntariado que ajudem mulheres em dificuldades e defendam o valor inviolável da vida humana.
cabe a cada um de nós, na medida das nossas capacidades e possibilidades, lutar por um mundo melhor, mais pacífico, tolerante e onde as pessoas sejam felizes. lutar contra a pobreza e o sofrimento humano é responsabilidade de todos. e o aborto é, sempre, uma forma de sofrimento
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aborto ultimo recurso ou assacinio?
seria óptimo que só o ventoinhas tive-se dificuldades em compreender a questão ,que é posta para os votos .
mas sendo a nossa língua um tanto ao quanto complicada ,uma grande parte do nosso povo e mesmo dos intelectuais perguntar se-ao a razão da solicitação do seu voto .agora é óbvio que a maior parte de nos é contra o aborto se lhes perguntarem se acham bem suicidar alguém (mesmo nas 8 semanas)pois não pode haver 36 semanas se faltarem as duas primeiras .
não querendo julgar ninguém e peco desculpa mas as varias razoes que levam ao aborto deveriam responsabilizar e constituir uma tomada de consciência ,e cada qual terá o seu caso .existem vários processos de contraceptivos e outras formas de (trocar) o prazer sexual .
sem levar a cabo o sentido real do objectivo principal do sexo .
(excepto extremidades justificáveis )se tudo falhar a que assumir não há 50 formas de dizer o que é justo é justo .
mas a democracia é lindo e justo somente haveria outros assuntos mais importantes para pedir a opinião ao povo e senhores doutores!
mas sendo a nossa língua um tanto ao quanto complicada ,uma grande parte do nosso povo e mesmo dos intelectuais perguntar se-ao a razão da solicitação do seu voto .agora é óbvio que a maior parte de nos é contra o aborto se lhes perguntarem se acham bem suicidar alguém (mesmo nas 8 semanas)pois não pode haver 36 semanas se faltarem as duas primeiras .
não querendo julgar ninguém e peco desculpa mas as varias razoes que levam ao aborto deveriam responsabilizar e constituir uma tomada de consciência ,e cada qual terá o seu caso .existem vários processos de contraceptivos e outras formas de (trocar) o prazer sexual .
sem levar a cabo o sentido real do objectivo principal do sexo .
(excepto extremidades justificáveis )se tudo falhar a que assumir não há 50 formas de dizer o que é justo é justo .
mas a democracia é lindo e justo somente haveria outros assuntos mais importantes para pedir a opinião ao povo e senhores doutores!
• A prece é um ato de adoração a Deus. Está na lei natural, e é o resultado de um sentimento inato do homem, assim como é inata a idéia da existência do Criador.
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tenho reparado com alguma consternação que as figuras públicas fervorosamente defensoras do não, são as mesmas que bateram palmas ao enforcamento do sadam e se ajoelham em frente do amo bush, ou sofro de visões?
como outros já disseram, custa-me ver aqueles que renegaram públicamente a actividade sexual com o seu voto de castidade, privando-se da constitução de uma familia funcional normal, virem a público defenderem leis e conceitos de vida para as quais se indispunibilizaram.
estes paus de cabeleira da sociedade são como os treinadores de bancada a mandar bocas como experts de uma ciencia que não conhecem.
enquanto a sociedade discute, os erros vão acontecendo e a cada erro surgem duas vitimas - o embrião e a mãe, porque nesta coisa do preservativo furado, da pílula avariada ou do puro descuido e ignorancia o erro é de dois mas só um (uma) é que sofre.
custa-me muito ver mulheres de bem, ricas, assépticas, de cabelo lacado, quererem proibir a ivg quando realmente foi nos bem instalados que começou o hábito de controlar esta coisa dos nascimentos. no tempo dos meus avós os pobres tinham muitos filhos para terem braços de trabalho e os ricos tinham poucos filhos para não passarem fome e poderem chegar a doutores (substituição de gerações). será que os ricos só copulavam para fazer filhos e o depravado do povo reproduzia-se como os coelhos como manda a lei da nossa madre santa igreja e alguns deputados do cds-pp?
pois é meus amigos e temos o problema económico dos abortos feitos nos hospitais públicos com o nosso dinheirinho.
quanto é que vamos pagar por esta campanha?
quanto é que pagamos em assistência das mulheres vitimas de aborto clandestino em tratamento nos "nossos" hospitais?
quanto é que o país perde em dias de trabalho e na afectação psicológica de uma mulher muitas vezes entregue a si mesmo roída na dor do que fez ou do que podia ter feito, quase sempre abandonada pelo outro e muitas vezes pela familia.
posso ter uma idéia subversiva do assunto mas um embrião não é património da sociedade. é da mulher quando sózinha ou do casal quando juntos e só a eles devia ser concedido o direito de posse do embrião enquanto "amontoado de células" e aqui entramos na ética e nessa conversa eu calo-me.
sim porque sim
como outros já disseram, custa-me ver aqueles que renegaram públicamente a actividade sexual com o seu voto de castidade, privando-se da constitução de uma familia funcional normal, virem a público defenderem leis e conceitos de vida para as quais se indispunibilizaram.
estes paus de cabeleira da sociedade são como os treinadores de bancada a mandar bocas como experts de uma ciencia que não conhecem.
enquanto a sociedade discute, os erros vão acontecendo e a cada erro surgem duas vitimas - o embrião e a mãe, porque nesta coisa do preservativo furado, da pílula avariada ou do puro descuido e ignorancia o erro é de dois mas só um (uma) é que sofre.
custa-me muito ver mulheres de bem, ricas, assépticas, de cabelo lacado, quererem proibir a ivg quando realmente foi nos bem instalados que começou o hábito de controlar esta coisa dos nascimentos. no tempo dos meus avós os pobres tinham muitos filhos para terem braços de trabalho e os ricos tinham poucos filhos para não passarem fome e poderem chegar a doutores (substituição de gerações). será que os ricos só copulavam para fazer filhos e o depravado do povo reproduzia-se como os coelhos como manda a lei da nossa madre santa igreja e alguns deputados do cds-pp?
pois é meus amigos e temos o problema económico dos abortos feitos nos hospitais públicos com o nosso dinheirinho.
quanto é que vamos pagar por esta campanha?
quanto é que pagamos em assistência das mulheres vitimas de aborto clandestino em tratamento nos "nossos" hospitais?
quanto é que o país perde em dias de trabalho e na afectação psicológica de uma mulher muitas vezes entregue a si mesmo roída na dor do que fez ou do que podia ter feito, quase sempre abandonada pelo outro e muitas vezes pela familia.
posso ter uma idéia subversiva do assunto mas um embrião não é património da sociedade. é da mulher quando sózinha ou do casal quando juntos e só a eles devia ser concedido o direito de posse do embrião enquanto "amontoado de células" e aqui entramos na ética e nessa conversa eu calo-me.
sim porque sim
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gostei desta ultima intervenção em defesa do sim, (mesmo não concordando com ela) foca um ponto q se tem batido seja para o sim seja para o não q se resume a dinheiro.
todos focamos essa parte dinheiro seja par fazer seja para não fazer , uns como eu não queremos o nosso dinheiro gasto em “matar” alguém outros em defesa do sim não o querem gastar em cuidar das mulheres q fizeram abortos e depois tiverem q recorrer aos hospitais porque alguma coisa correu mal .
o valor do dinheiro parece estar para todos primeiro e então depois os valores morais ou os valores da vida.
todos focamos essa parte dinheiro seja par fazer seja para não fazer , uns como eu não queremos o nosso dinheiro gasto em “matar” alguém outros em defesa do sim não o querem gastar em cuidar das mulheres q fizeram abortos e depois tiverem q recorrer aos hospitais porque alguma coisa correu mal .
o valor do dinheiro parece estar para todos primeiro e então depois os valores morais ou os valores da vida.
"A vida é uma folga que a morte nos dá"
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Autor do tópico - Staff Member
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fry, concordo contigo em muita coisa que escreveste. para ti são razões para votar não, para mim razões para votar sim. tu achas que com 20.000 abortos clandestinos por ano está tudo bem? tu estás conformado com esta situação? vou votar sim porque não quero que continue tudo na mesma. o que está acontecer é uma vergonha para os portugueses, para humanidade. é desumano. atrás das palavras sobre defesa dos fetos indefesos esconde-se hipocrisia manipuladora das pessoas que se estão nas tintas com as mulheres numa fase difícil da vida, pessoas preocupadas com seus impostos, as suas carteiras. vida da mulher deixou de ter importância.
quanto a dinheiro que preocupa muitos, acho mesmo que os custos consequentes do aborto clandestino são superiores aos custos dos abortos legais.
quanto a outros custos, sociais, morais, etc.... acho que a sociedade só pode ganhar com isso. poderá acompanhar as mulheres, aconselhá-las, ajudar a evitar que volte acontecer. assim diminui, a médio prazo, a necessidade de mulheres para recorrerem a aborto. a melhor maneira de lutar contra aborto é encaminhar as mulheres para sistema legalizado. só assim poderá ser acompanhado e só assim poderá ser diminuído.
aborto não é boa solução, aborto clandestino é ainda pior solução. temos é de lutar para que haja mais transparência, para que as mulheres que deparem com este problema tenham possibilidade de serem esclarecidas e ajudadas. temos nas nossas mãos um poder de mudar a situação actual. vou aproveitá-la, vou votar sim.
tenho de constatar que, embora estamos divididos, estamos manter um bom nível quanto educação e bons modos. estamos discutir os assuntos de uma forma civilizada. parabéns e obrigado.
quanto a dinheiro que preocupa muitos, acho mesmo que os custos consequentes do aborto clandestino são superiores aos custos dos abortos legais.
quanto a outros custos, sociais, morais, etc.... acho que a sociedade só pode ganhar com isso. poderá acompanhar as mulheres, aconselhá-las, ajudar a evitar que volte acontecer. assim diminui, a médio prazo, a necessidade de mulheres para recorrerem a aborto. a melhor maneira de lutar contra aborto é encaminhar as mulheres para sistema legalizado. só assim poderá ser acompanhado e só assim poderá ser diminuído.
aborto não é boa solução, aborto clandestino é ainda pior solução. temos é de lutar para que haja mais transparência, para que as mulheres que deparem com este problema tenham possibilidade de serem esclarecidas e ajudadas. temos nas nossas mãos um poder de mudar a situação actual. vou aproveitá-la, vou votar sim.
tenho de constatar que, embora estamos divididos, estamos manter um bom nível quanto educação e bons modos. estamos discutir os assuntos de uma forma civilizada. parabéns e obrigado.
Um abraço
Hynek
Associado n.º 8 da
Associação NovaEnergia.net
Hynek
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- Registado: quarta mar 22, 2006 12:45 pm
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vamos alterar a lei porque existem 20.000 "crimes" no país? bem, sendo assim vamos despenalizar o excesso de velocidade na estrada, pois apesar da lei existir, continua a haver excesso de velocidade, logo é uma hipocrisia a lei..
ou então vamos despenalizar os homicidios, pois apesar de serem punidos por lei, eles continuam a existir, e sendo assim a lei é uma hipocrisia, não é por ela existir que deixam de haver homicidios..
sem dúvida ninguém está conformado com aborto clandestino e a melhor forma de lutar contra ele acho que não será liberalizar. talvez punir por lei seja uma ferramenta para dissuadir, que admito ter pouca importância depois na prática.
apesar de nós aqui no fórum termos a discussão no nível da cordialidade e boa educação, as campanhas de ambos os lados têm momentos bons, mas também têm momentos e intervenientes que roçam o ridículo.. por isso acho que a abstenção irá ganhar..
ou então vamos despenalizar os homicidios, pois apesar de serem punidos por lei, eles continuam a existir, e sendo assim a lei é uma hipocrisia, não é por ela existir que deixam de haver homicidios..
sem dúvida ninguém está conformado com aborto clandestino e a melhor forma de lutar contra ele acho que não será liberalizar. talvez punir por lei seja uma ferramenta para dissuadir, que admito ter pouca importância depois na prática.
apesar de nós aqui no fórum termos a discussão no nível da cordialidade e boa educação, as campanhas de ambos os lados têm momentos bons, mas também têm momentos e intervenientes que roçam o ridículo.. por isso acho que a abstenção irá ganhar..
3º sócio novaenergia
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Autor do tópico - Staff Member
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- Registado: terça mai 16, 2006 4:16 pm
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escalavardo, acho que estás misturar o não misturável e confundir coisas completamente distintas.
eu sou contra o aborto e sou contra o aborto clandestino. não me importava nada que o aborto clandestino continuasse punível.
provavelmente ainda não deste conta, mas eu estou bater-me no sentido de diminuir o flagelo dos abortos. isso só passa pela legalização, controle e acompanhamento. a lei actual não funciona.
tu estás batalhar no sentido de continuar a manter o estado actual das coisas.
eu sou contra o aborto e sou contra o aborto clandestino. não me importava nada que o aborto clandestino continuasse punível.
provavelmente ainda não deste conta, mas eu estou bater-me no sentido de diminuir o flagelo dos abortos. isso só passa pela legalização, controle e acompanhamento. a lei actual não funciona.
tu estás batalhar no sentido de continuar a manter o estado actual das coisas.
Um abraço
Hynek
Associado n.º 8 da
Associação NovaEnergia.net
Hynek
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eu teria muita dificuldade em aceitar se a minha mulher decidisse interromper uma gravidez, e também tenho muita dificuldade em aceitar o estado actual das coisas. não me parece que o estado tenha autoridade para dizer a uma mulher que só pode interromper a gravidez dentro do quadro em vigor. mas precisamos de crianças, muitas crianças, se quisermos ter viabilidade como povo e nação. agora, pelo que temos lido, a forma como as crianças são tratadas nas nossas instituições de acolhimento, casa pia, casa do gaiato, etc....
as campanhas, fundamentam-se no pressuposto que somos um povo imbecil, iletrado e incapaz de se mobilizar em volta de algo que não seja a emoção. infelizmente continuamos a ser desconsiderados e continua-se a dar tempo de antena a quem devia ouvir e não falar.
as campanhas, fundamentam-se no pressuposto que somos um povo imbecil, iletrado e incapaz de se mobilizar em volta de algo que não seja a emoção. infelizmente continuamos a ser desconsiderados e continua-se a dar tempo de antena a quem devia ouvir e não falar.
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- Registado: sexta fev 02, 2007 3:18 pm
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peço desculpa por ter, inadvertidamente, estragado um pouco os resultados.
de facto li a pergunta:
vais votar?
sim
não
e, como, por convicção não vou votar, escolhi não
ora o que eu queria dizer é que não vou votar e não que vou votar não.
peço desculpa pela confusão.
(nota - há imensos blogs políticos onde se debate este e outros assuntos de ordem política.
vou abster-me, por convicção, mas por favor não me peçam para começar uma discussão sobre essa minha opção, ok?)
abraço a todos.
am
de facto li a pergunta:
vais votar?
sim
não
e, como, por convicção não vou votar, escolhi não
ora o que eu queria dizer é que não vou votar e não que vou votar não.
peço desculpa pela confusão.
(nota - há imensos blogs políticos onde se debate este e outros assuntos de ordem política.
vou abster-me, por convicção, mas por favor não me peçam para começar uma discussão sobre essa minha opção, ok?)
abraço a todos.
am
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- Membro
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- Registado: sexta jul 28, 2006 1:48 pm
- Localização: Porto
Despenalizar, sim ou não?
exmos colegas de fórum,
concentremo-nos da questão "despenalizar as mulheres, sim ou não".
não acredito que por se despenalizar o aborto, passe o estado a efectuar estas interrupções.
senão vejamos:
- uma mulher que pretenda interromper a gravidez (3 a 10 semanas) vai a um hospital ou centro de saúde solicitá-lo.
- pelo snsaude português, quando a intervenção fôr agendada, já o feto/criança andará na escola primária ...
por estes motivos estou convencido que quem quiser abortar não precisa de o fazer às escondidas, mas terá mais oferta (clínicas) mais segurança e provavelmente menos custos.
cumprimentos
p reis
concentremo-nos da questão "despenalizar as mulheres, sim ou não".
não acredito que por se despenalizar o aborto, passe o estado a efectuar estas interrupções.
senão vejamos:
- uma mulher que pretenda interromper a gravidez (3 a 10 semanas) vai a um hospital ou centro de saúde solicitá-lo.
- pelo snsaude português, quando a intervenção fôr agendada, já o feto/criança andará na escola primária ...
por estes motivos estou convencido que quem quiser abortar não precisa de o fazer às escondidas, mas terá mais oferta (clínicas) mais segurança e provavelmente menos custos.
cumprimentos
p reis
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- Membro Silver
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- Registado: sexta jun 02, 2006 11:59 am
- Localização: Portugal Continental
e viva a democracia e o direito á diferença de opinião.fry Escreveu:não ao aborto, para acabar com a humilhação.
porque para mim, a humilhação está na realidade em nós "humanos" ainda considerarmos que o aborto é uma solução...
não me considero um fanático, e muito menos um fanático pró-vida. acho, por exemplo, que todos temos direito à nossa própria morte, ou seja, à eutanásia. eu votaria sim a qualquer referendo que a tencionasse legalizar. considero também haver situações em que o aborto faz sentido, em geral, quando associado a um nascimento estiver um grande sofrimento, tanto dos pais como da criança, derivado de problemas de saúde ou de problemas sociais extremos.
o que eu não consigo aceitar é que se transforme o aborto, o terminar de uma vida, num acto de desresponsabilização, num remendo, num desenrascanço para um erro, para um momento mal pensado, para um "azar"...
a natureza "inventou" o sexo com um único propósito, reproduzirmo-nos. as circunstancias levaram a que a espécie tivesse mais sucesso tendo prazer na coisa, mas no fundo, o sexo tem um único fim... reproduzirmo-nos. o que é que as pessoas pensam? o que é que os homens e mulheres pensam que serve aquilo que estão a fazer naquele momento?
longe de mim pregar a abstinência, mas... há tantas formas de evitar uma gravidez! se alguém não quer ter filhos da pessoa com quem está a ter sexo, então por que não se certifica que isso não acontece? porque acham milhões de pessoas que podem jogar com a sorte? porque acham milhões de pessoas que podem jogar com a vida de outro ser humano, com o sangue do seu sangue, o seu próprio filho?
nós somos simples animais, animais como qualquer outro animal, como um cão, uma vaca, ou uma baleia, mas que pensam, que têm consciência de si. e é com muito orgulho que queremos, batalhamos para que a palavra humano acrescente algo de mais, algo de importante, alguma dignidade, alguma superioridade, que signifique uma capacidade de dirigir as nossas vidas, de marcarmos o nosso destino, de controlarmos os nossos instintos mais primários, no fundo, que deixemos de ser animais.
a revolução tecnológica e do conhecimento permitiu percebermo-nos melhor a nós próprios, como somos constituídos, como funcionamos, até a procurar encontrar o motivo da nossa própria existência. a nossa civilização amadureceu e, ainda que lentamente, tem levado a uma melhor qualidade de vida, a um maior respeito pelo próximo menos próximo e a uma maior consciência pela preservação do meio ambiente e da vida animal no geral. no fundo batalhámos e batalhamos a cada momento para sermos cada vez melhores, mais humanos.
o que é ser mais humano e menos animal? matarmo-nos?
não acredito que a despenalização ou penalização do aborto mude o que quer que seja. do que eu não gosto, é do aborto em si. as pessoas fazem-no, independentemente de ser legal ou não, sempre que lhes apetece. e isso entristece-me.
eu digo não ao aborto indiscriminado, legal ou clandestino. e ninguém me pode pedir que diga sim a uma coisa que facilita algo a que digo não.
porque para mim, a humilhação está na realidade em nós "humanos" ainda considerarmos que o aborto é uma solução...
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- Membro Silver
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- Registado: sexta jun 02, 2006 11:59 am
- Localização: Portugal Continental
dossier interessante sobre a matéria do referendo.
in http://dossiers.publico.pt/dossier.asp?idcanal=1988
in http://dossiers.publico.pt/dossier.asp?idcanal=1988
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Autor do tópico - Staff Member
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- Registado: terça mai 16, 2006 4:16 pm
- Localização: Viseu
não concordo com fecho de maternidades, postos de saúde, urgências de hospitais. o estado gasta mal o dinheiro que recebe dos nossos impostos, disso não tenho dúvida.
os 10.000.000 € por ano significa que cada português vai contribuir com 1 €. eu não acho que é um preço exagerado pelas vidas das mulheres que se salvam (se fossem ainda contabilizadas as consequências.....). é uma gota no oceano do orçamento do estado.
as mulheres em questão são sobretudo mulheres sem meios, que não podem pagar um aborto na espanha.
com esta medida muitas mulheres poderão sair da miséria e erguer-se para começar uma vida melhor. muitas mulheres não vão ser atiradas para miséria.
1 € por ano de cada um de nós pode salvar a mulher de alguém, a mãe de alguém, a filha de alguém. pode ser alguém desconhecido, pode ser alguém conhecido, pode ser uma familiar. uma única vida vale mais que isso. já não falo de consequências que são tratadas nos hospitais também à custa dos nossos impostos.
este argumento dos impostos tem mesma validade como afirmação que os fumadores, alcoólicos, drogados não merecem ser tratados à custa dos nossos impostos.
até a itália já, há tempos atrás, aboliu pena de prisão. a resistência de alguns portugueses, os seus argumentos demonstram, como o portugal continua provincial, perifêrico. resiste à evolução - com resultados que todos conhecem. é pena porque este país tem muitas potencialidades mal aproveitadas. mas prefere estar, quase em tudo, na cauda da europa.
o quê mudou desde o último referendo? nada. as coisas continuam mal. por isso dizer não neste referendo significa preservar este mal. votar sim significa tentar mudar esta realidade, aprender com outros países mais desenvolvidos e combater o flagelo que os abortos são. se ficar tudo na clandestinidade, não muda nada.
não tenho muitas certezas, o mundo é muito relativo, mas tenho uma certeza absoluta. não se deixa fazer sexo por qualquer razão que fosse. com as consequências inerentes.
alguém já fez alguma estimativa, quantas quecas dão os portugueses por ano? partindo do pressuposto que existem uns 3 milhões homens em condições para tal e o mesmo número de mulheres (quecáveis ), sabendo que os portugueses são mais activos que os dos países mais para norte.... bem.... digamos 3 vezes por semana (eu sei que é muito polémico, a minha frequência é diferente).... 3 por semana x 52 semanas x 3.000.000 pares = são 468.000.000 (quatro centos e sessenta e oito milhões) de quecas por ano. os que resultam em abortos são 20.000. é um número ínfimo - 0,004% ou 0,4 por mil. não é nada de outro mundo. é percentagem absolutamente normal. não se consegue fazer melhor nas condições actuais (agora se as pessoas fossem esclarecidas, acompanhadas, etc....).
o número de abortos pode ser diminuído, como aconteceu noutros países após despenalização do aborto. será que os portugueses tem capacidade aprender com os outros, os que tem resultados positivos? vamos ficar saber no domingo, dia 11.
os 10.000.000 € por ano significa que cada português vai contribuir com 1 €. eu não acho que é um preço exagerado pelas vidas das mulheres que se salvam (se fossem ainda contabilizadas as consequências.....). é uma gota no oceano do orçamento do estado.
as mulheres em questão são sobretudo mulheres sem meios, que não podem pagar um aborto na espanha.
com esta medida muitas mulheres poderão sair da miséria e erguer-se para começar uma vida melhor. muitas mulheres não vão ser atiradas para miséria.
1 € por ano de cada um de nós pode salvar a mulher de alguém, a mãe de alguém, a filha de alguém. pode ser alguém desconhecido, pode ser alguém conhecido, pode ser uma familiar. uma única vida vale mais que isso. já não falo de consequências que são tratadas nos hospitais também à custa dos nossos impostos.
este argumento dos impostos tem mesma validade como afirmação que os fumadores, alcoólicos, drogados não merecem ser tratados à custa dos nossos impostos.
até a itália já, há tempos atrás, aboliu pena de prisão. a resistência de alguns portugueses, os seus argumentos demonstram, como o portugal continua provincial, perifêrico. resiste à evolução - com resultados que todos conhecem. é pena porque este país tem muitas potencialidades mal aproveitadas. mas prefere estar, quase em tudo, na cauda da europa.
o quê mudou desde o último referendo? nada. as coisas continuam mal. por isso dizer não neste referendo significa preservar este mal. votar sim significa tentar mudar esta realidade, aprender com outros países mais desenvolvidos e combater o flagelo que os abortos são. se ficar tudo na clandestinidade, não muda nada.
não tenho muitas certezas, o mundo é muito relativo, mas tenho uma certeza absoluta. não se deixa fazer sexo por qualquer razão que fosse. com as consequências inerentes.
alguém já fez alguma estimativa, quantas quecas dão os portugueses por ano? partindo do pressuposto que existem uns 3 milhões homens em condições para tal e o mesmo número de mulheres (quecáveis ), sabendo que os portugueses são mais activos que os dos países mais para norte.... bem.... digamos 3 vezes por semana (eu sei que é muito polémico, a minha frequência é diferente).... 3 por semana x 52 semanas x 3.000.000 pares = são 468.000.000 (quatro centos e sessenta e oito milhões) de quecas por ano. os que resultam em abortos são 20.000. é um número ínfimo - 0,004% ou 0,4 por mil. não é nada de outro mundo. é percentagem absolutamente normal. não se consegue fazer melhor nas condições actuais (agora se as pessoas fossem esclarecidas, acompanhadas, etc....).
o número de abortos pode ser diminuído, como aconteceu noutros países após despenalização do aborto. será que os portugueses tem capacidade aprender com os outros, os que tem resultados positivos? vamos ficar saber no domingo, dia 11.
Um abraço
Hynek
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alguém já fez alguma estimativa, quantas quecas dão os portugueses por ano? partindo do pressuposto que existem uns 3 milhões homens em condições para tal e o mesmo número de mulheres (quecáveis ), sabendo que os portugueses são mais activos que os dos países mais para norte....
bem ao menos reconheces isso na republica checa a norte, kekas é coisa que se usa pouco hihihihihih.
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