Última etapa. Etapa 8. Há que regressar a Portugal. Estamos a 25 de Maio de 2001. A mota está de volta ao formato "mula de carga".
Carregue aqui para ver a foto maior.
Fizemos entre 500 a 600 quilómetros e decidimos parar cedo, pois estávamos dentro do tempo previsto. Parámos num parque de campismo agradável que fica em Barbezieux Saint Hilaire. Foi aqui que eu cometi uma infracção imperdoável. Andei em sentido proibido!
Carregue aqui para ver a foto maior.
No dia seguinte voltei à rotina em que começo a manhã a arrumar a "casa" para retomar a viagem.
Carregue aqui para ver a foto maior.
Passei o tempo todo a fazer publicidade à Sagres. Isto porque, na partida, fiz a mala "à bruta" pegando numa resma de roupa sem olhar a meios... Eu nem tinha percebido que todas as t-shirts diziam Sagres. Mas é o que acontece ao fim de umas dezenas de concentrações vividas. Toda a nossa roupa menos formal diz Sagres.

Ora, isto levou a algumas situações engraçadas. Paris é a segunda cidade do mundo onde vivem mais portugueses. Num balcão de uma espécie de Oceanário (ali para os lados da Eurodisney), houve uma jovem de olhos azuis que se vira para mim e diz: "Eu gosto mais de Super Bock". Ora, que infâmia! Gerou-se logo a discussão. :-p.
Bom, está na hora de apertar tudo muito bem e partir. A minha pendura não se sentia cansada. Aproveitei a onda para começar a fazer "quilómetros mais a sério".

.
Carregue aqui para ver a foto maior.
Almoçámos em Saint-Vincent-de-Tyrosse. Sul de França. Tínhamos acabado de passar por um miúdo que levava a camisola do Benfica campeão 2009/2010. Não consegui chegar à fala com ele, mas fez com que o dia chuvoso ficasse imediatamente mais alegre.
Esta era a nossa última paragem antes de passar para terras espanholas. O desconto de 30 a 40 cêntimos por litro estava a aproximar-se.

.
Carregue aqui para ver a foto maior.
Atravessámos a fronteira num ápice. Apanhei uma chuvada grande pelo caminho. Ainda em França tinha passado autenticamente por uma parede de chuva. Foi uma situação de difícil descrição. Ainda, a cerca de um quilómetro de distância, comecei a avistar uma sombra vertical enorme. Parecia que a auto-estrada estava a terminar lá à frente numa parede escura. Com o susto desacelerei e ainda senti o pingo de aviso. Quando atravessámos essa "parede", parecia que estávamos debaixo de uma catarata e mal víamos a hora de chegar ao "outro lado"... Foram dois ou três segundos que pareciam intermináveis. Foram dois ou três segundos que nos deixaram que nem pintos.
Entretanto, passámos em Guipuzcoa, terra Basca (do lado espanhol). A procura de gasolina e de um local de abrigo onde vestir as calças impermeáveis ("casa roubada, fechadura na porta"), levou-nos aqui. Aproveitámos para descansar um pouco e beber um café. O ritmo era bom e decidimos continuar. O GPS previa a chegada a Lamego à uma da manhã (e foi cumprida). Tínhamos a chave de casa no bolso e calculei que, com um pequeno esforço, faria os mil e tal quilómetros previstos para os dois últimos dias, num só. Foi o que aconteceu...
Burgos era já ali.
Carregue aqui para ver a foto maior.
Mais paragem, menos paragem para verificar o caminho seguinte, lá íamos a bom ritmo.
Carregue aqui para ver a foto maior.
Só as nuvens é que continuavam a teimar escurecer o dia. A trovoada via-se nos dois lados. À esquerda e à direita, a tempestade mostrava-se. Em frente as nuvens eram mais claras. Fiz grande parte deste caminho a desejar céu limpo, pois não me agradava nada apanhar as estradas portuguesas molhadas...
Carregue aqui para ver a foto maior.
Essa sorte foi acompanhando a viagem.
Carregue aqui para ver a foto maior.
Assim, chegámos com um dia de avanço, depois das 15 horas (inclui paragens para as refeições, nossas e "da mota") de viagem do dia 26 de Maio de 2011.
Aqui bem perto de Lamego, os dias continuaram escuros. À nossa chegada fomos informados do falecimento de um local com uma queda de raio. A família estava, portanto, preocupada com os "malucos que vinham de mota". A notícia de que chegámos antes do tempo foi, assim, muito bem recebida.
Carregue aqui para ver a foto maior.
Aproveitámos o dia "extra" para ir à casa onde se faz o Biscoito da Teixeira. Hum... É bom!
Carregue aqui para ver a foto maior.
Equipámo-nos a rigor, Burgman incluída, pois era a líder do pelotão.

. São Pedro, percebendo que a Burgman que abria esta fila de carros não transportava o dono com o equipamento todo (a parte opcional é muito importante), decidiu deixar a restante trovoada para o copo de água na Serra de Santa Helena. Quando quer, São Pedro é um "bacano".
Carregue aqui para ver a foto maior.
O resto da viagem não tem muita história. Como de costume, o casamento acabou tarde e fez com que nos levantássemos também tarde no Domingo. Segunda-feira era dia de trabalho para mim, por isso, pouco depois de almoço, saímos para a última etapa desta aventura.
Carregue aqui para ver a foto maior.
Chegámos à Quinta satisfeitos. Eu, em jeito de conclusão, gostaria de fazer uma terceira visita a Paris um dia mais tarde, mas, para já, estou satisfeito. A viagem correu bem e fez-se bem. Faltou-nos tirar muitas fotografias, pois documentar esta viagem não foi uma ideia planeada à partida. Só comecei mesmo a pensar no envio deste relato quando já cá estava.

. Ainda assim, compilando as fotos do telefone e das máquinas fotográficas, publiquei este álbum, com cerca de 400 fotos, no Picasa:
Paris 2011
No total, foram quase 5 mil quilómetros percorridos em duas semanas de férias. Dos cerca de 800 euros gastos durante a viagem, 330 foram em gasolina (média de 5 litros a cada 100 kms, com gasolina a 1.60 euros em Portugal e França, 1.30 em Espanha).
O mapa da viagem de regresso é este:
Carregue aqui para ver o mapa.
Descrição dos pontos do mapa:
A - Bussy-Saint-Georges, França;
B - Camping Saint-Seurin, Barbezieux-Saint-Hilaire, França;
C - Saint-Vincent-de-Tyrosse, França;
D - Guipúzcoa, España;
E - Burgos, Espanha;
F - Lamego, Portugal;
G - Pastelaria Rua Nova, Alvelos, Lamego, Portugal;
H - Gouviães, Tarouca, Portugal;
I - Serra de Santa Helena, Lamego, Portugal;
J - Quinta do Conde, Sesimbra, Portugal.