Produção de biodiesel suspensa em Portugal
Enviado: terça mai 06, 2008 2:32 pm
esta foi a noticia que saiu no diario economico, dia 5-5-2008:
"cinco fábricas em portugal interromperam a produção. metas para incluir biodiesel nos combustíveis estão comprometidas.
ana maria gonçalves
josé sócrates colocou a fasquia dos biocombustíveis num patamar sem precedentes, muito acima das ambições comunitárias. os empresários responderam ao desafio e investiram mais de 700 milhões de euros no sector.
mas a realidade mostra que não bastam boas intenções. portugal não conseguiu escapar à crise dos biocombustíveis. e o resultado está à vista. as únicas cinco fábricas de biodesel, que já estavam em operação, suspenderam a produção.
o pontapé de saída foi dado, em janeiro, pela iberol. mas rapidamente foi seguido pela prio, do grupo martifer, pela torrejana, tagol e biovegetal, um dos mais recentes investimentos do empresário joão pereira coutinho.
na forja estão ainda outras unidades industriais, que deveriam arrancar em breve, mas que poderão agora ficar comprometidas. é o caso da enerful (enersis) e da greencyber, controlada por sampaionunes.
a incerteza está definitivamente instalada no sector. as refinarias da galp deveriam, este ano, incorporar até 5% de óleo vegetal no gasóleo para produzirem o chamado biodiesel. só que dificilmente se aproximarão desta meta, mesmo que a situação se inverta rapidamente e os produtores retomem a produção, baseada quase exclusivamente na importação de matéria-prima. a própria galp assegura que não teria capacidade para escoar em sete meses (a partir de maio), a produção de biodiesel equivalente a 12 meses.
já em 2007, esse valor não tinha ido além dos 3%, ficando assim muito aquém dos 10% fixados pelo governo para 2010. o resto dos estados-membro só está obrigado a cumprir os 10% em 2020. com um modelo baseado no biodiesel, em detrimento do bioetanol, usado na gasolina, portugal não resistiu à onda de choque mundial que varre o sector. a escalada do preço das matérias-primas fez esmagar as margens do negócio do biodiesel, desincentivando a sua produção.
nem a prometida isenção do imposto sobre os produtos petrolíferos de que o negócio beneficiará, no período de 2008-2010, levantou os ânimos dos empresários. apesar de o concurso para atribuição dos benefícios fiscais ainda estar a decorrer, o governo abriu a possibilidade de os fabricantes de biodiesel produzirem até 20% da quota que tinham obtido no ano anterior, para não haver paragens de produção. só que ninguém a quis utilizar porque as matérias-primas são, cada vezmais, escassas e caras.
a solução do problema está agora nas mãos do executivo e deverá passar pela antecipação da obrigatoriedade de todas as petrolíferas (galp incluída), passarem, ainda este ano, a incorporar no gasóleo 5,3% de biodiesel.
até 2010, far-se-ia gradualmente a restante incorporação, até se atingir os 10%. hoje, essa opção não é vinculativa para as petrolíferas que celebram pontualmente contratos com os produtores.
o diário económico sabe que o governo está receptivo à ideia. mas há muitos detalhes ainda para acertar. este cenário já está, aliás, a ser praticado em frança e na alemanha, onde se está a permitir incorporar até 7% do biodiesel.
é ponto assente no mercado que o futuro modelo de negócio tem que ser autosustentável, já que as previsões apontam para o fim da subsdiação fiscal aos produtores, a partir de 2011. o produto terá que ser competitivo; caso contrário, as petrolíferas deixam no ar a ameaça velada de que não compramo biodiesel."
e é assim mesmo colegas, com um só golpe foi-se todas as grandes fabricas de biodiesel em portugal. e a questão que eu deixo no ar é a seguinte:
será que com a eliminação dos grande o estado vai deixar os pequenos em paz e permitir que estes tenham lugar ao sol?
"cinco fábricas em portugal interromperam a produção. metas para incluir biodiesel nos combustíveis estão comprometidas.
ana maria gonçalves
josé sócrates colocou a fasquia dos biocombustíveis num patamar sem precedentes, muito acima das ambições comunitárias. os empresários responderam ao desafio e investiram mais de 700 milhões de euros no sector.
mas a realidade mostra que não bastam boas intenções. portugal não conseguiu escapar à crise dos biocombustíveis. e o resultado está à vista. as únicas cinco fábricas de biodesel, que já estavam em operação, suspenderam a produção.
o pontapé de saída foi dado, em janeiro, pela iberol. mas rapidamente foi seguido pela prio, do grupo martifer, pela torrejana, tagol e biovegetal, um dos mais recentes investimentos do empresário joão pereira coutinho.
na forja estão ainda outras unidades industriais, que deveriam arrancar em breve, mas que poderão agora ficar comprometidas. é o caso da enerful (enersis) e da greencyber, controlada por sampaionunes.
a incerteza está definitivamente instalada no sector. as refinarias da galp deveriam, este ano, incorporar até 5% de óleo vegetal no gasóleo para produzirem o chamado biodiesel. só que dificilmente se aproximarão desta meta, mesmo que a situação se inverta rapidamente e os produtores retomem a produção, baseada quase exclusivamente na importação de matéria-prima. a própria galp assegura que não teria capacidade para escoar em sete meses (a partir de maio), a produção de biodiesel equivalente a 12 meses.
já em 2007, esse valor não tinha ido além dos 3%, ficando assim muito aquém dos 10% fixados pelo governo para 2010. o resto dos estados-membro só está obrigado a cumprir os 10% em 2020. com um modelo baseado no biodiesel, em detrimento do bioetanol, usado na gasolina, portugal não resistiu à onda de choque mundial que varre o sector. a escalada do preço das matérias-primas fez esmagar as margens do negócio do biodiesel, desincentivando a sua produção.
nem a prometida isenção do imposto sobre os produtos petrolíferos de que o negócio beneficiará, no período de 2008-2010, levantou os ânimos dos empresários. apesar de o concurso para atribuição dos benefícios fiscais ainda estar a decorrer, o governo abriu a possibilidade de os fabricantes de biodiesel produzirem até 20% da quota que tinham obtido no ano anterior, para não haver paragens de produção. só que ninguém a quis utilizar porque as matérias-primas são, cada vezmais, escassas e caras.
a solução do problema está agora nas mãos do executivo e deverá passar pela antecipação da obrigatoriedade de todas as petrolíferas (galp incluída), passarem, ainda este ano, a incorporar no gasóleo 5,3% de biodiesel.
até 2010, far-se-ia gradualmente a restante incorporação, até se atingir os 10%. hoje, essa opção não é vinculativa para as petrolíferas que celebram pontualmente contratos com os produtores.
o diário económico sabe que o governo está receptivo à ideia. mas há muitos detalhes ainda para acertar. este cenário já está, aliás, a ser praticado em frança e na alemanha, onde se está a permitir incorporar até 7% do biodiesel.
é ponto assente no mercado que o futuro modelo de negócio tem que ser autosustentável, já que as previsões apontam para o fim da subsdiação fiscal aos produtores, a partir de 2011. o produto terá que ser competitivo; caso contrário, as petrolíferas deixam no ar a ameaça velada de que não compramo biodiesel."
e é assim mesmo colegas, com um só golpe foi-se todas as grandes fabricas de biodiesel em portugal. e a questão que eu deixo no ar é a seguinte:
será que com a eliminação dos grande o estado vai deixar os pequenos em paz e permitir que estes tenham lugar ao sol?