o navio espanhol "hespérides", que se encontra nas águas do oceano polar árctico, detectou uma "grande proliferação" de uma microalga nociva para várias espécies, naquela que é a primeira investigação espanhola no âmbito do ano polar internacional.
a expedição atos, coordenada pelo cientista carlos duarte e que envolve 30 investigadores do espanhol csic (conselho superior de investigações científicas), tem como objectivo analisar o impacto do degelo no ecossistema polar árctico, segundo o "el mundo" online.
os cientistas detectaram na água plâncton fotossintético, cuja espécie dominante é a microalga phaeocystis, que provoca "problemas a muitos organismos" e que é considerada uma praga em várias zonas do atlântico norte, segundo susana agustí, colega de carlos duarte.
para se libertar dos seus predadores, esta microalga associa-se em colónias que aumentam de tamanho de forma considerável. mas, ao fazê-lo, prejudica outras espécies, nomeadamente através de alterações nas cadeias tróficas.
o "hespérides", que partiu a 20 de junho do porto galego de vigo, está na zona mais profunda do oceano polar árctico (com mais de 1200 metros de profundidade). os especialistas estão a recolher amostras de gelo para fazer o estudo oceanográfico e biológico das águas abrangidas pelo degelo.
o gelo no árctico tem vindo a acumular substâncias poluentes emitidas a outras latitudes e transportadas pela atmosfera. o sobre-aquecimento do árctico e o seu degelo estão a libertar estas substâncias para o oceano, cuja magnitude e consequências estão a ser estudadas por esta primeira campanha oceanográfica do "hespérides" no âmbito do ano polar internacional.

shot at 2007-07-23
http://ecosfera.publico.pt/noticia.aspx?id=1300242