Se é esse telhado entalado no meio dos prédios, a primeira tentação é dizer "esquece".
Se vai haver gente em casa para aproveitar a energia produzida às horas de produção e se os consumos ao longo dessas horas forem importantes, poderá justificar-se ter o trabalho dos passos seguintes. Caso contrário, provavelmente não considerar o investimento.
A melhor água do telhado parece ser a virada a nordeste, mas, tendo em conta que os prédios vizinhos e a sudoeste dessa água devem ter 2 ou 3 andares, mesmo essa água deve ter sombra durante uma parte grande do dia, em longos períodos do ano. Se assim for, ou seja, se a sombra prevalecer em grande parte do ano, o investimento não deve justificar-se.
Mesmo nessa água, verificar se não será necessário uma estrutura com orientação/inclinação diferente da do telhado, para otimizar a produção.
Existe um pequeno logradouro atrás da construção e outro à frente. Essas serias zonas mais favoráveis, mas mesmo assim provavelmente más (com sombra) grande parte do ano.
Abordagens possíveis:
O simulador PVGIS5 (
https://ec.europa.eu/jrc/en/pvgis) calcula as produções com base nas sombras do relevo mais importante do terreno, com base na altura do horizonte, não de prédios e árvores próximos. Contudo, ele permite que seja o utilizador a fornecer (upload) o ficheiro com esses dados. Nunca o fiz, mas penso que podes ver como funciona e criar um ficheiro com esses dados, em que o horizonte vai ser constituído pelos prédios à volta. Penso que os dados são o ângulo do obstáculo com a horizontal. Admito que os resultados de produção fotovoltaica sejam inflacionados, pois uma sombra de um obstáculo longínquo deixa passar mais luz do que de um obstáculo próximo.
Fazer um levantamento nos próximos 6 meses (entre o próximo solstício de inverno e o de verão) de que partes do telhado apanham sol e em que períodos do dia apanham sol.
Em alternativa, estimar a altura dos prédios vizinhos e estimar a projeção das suas sombras nesses telhados ao longo do ano. Deves encontrar informação na NET sobre como fazê-lo.
Isto para teres uma ideia de quantas horas de sol e em que períodos do dia terás sol.
Considerar uma estrutura no logradouro, em vez do telhado, para afastar os painéis das sombras dos prédios. Ver duas hipóteses, na extremidade do logradouro frontal (aqui talvez orientados a sudeste mas é preciso verificar se os prédios do outro lado da rua não vão fazer sombras importantes, em particular no inverno, ou seja, agora, o que podes ver já) e na extremidade do logradouro traseiro (aqui, talvez orientados também a sudeste, mas com fraca inclinação).
Considerar a instalação com seguidor solar, caso optes por avançar.
Calcular simulações da produção para várias hipóteses de orientação/inclinação, consoante as conclusões das horas em que o telhado vai ter sol, ao longo do ano.
Considerar tecnologia thinfilm para os painéis, aquela que melhor produz à sombra. Contudo, sendo menos eficientes, é necessária maior área de painéis para uma mesma potência de instalação, comparando com painéis cristalinos. O PVGIS5 permite escolher a tecnologia dos painéis e comparar os resultados.
A localização parece ser suficientemente má para justificar esta hipótese: arranjar orçamentos e incentivar (mostrando-lhes a possibilidade de poupança) um dos prédios vizinhos a montar painéis no topo dos seus telhados, criando uma comunidade de energia renovável, em que tu também serias participante. Qual o interesse de eles te deixarem participar nessa comunidade? Tu farias todo o trabalho de sapa, todos investiam, mas eles teriam chave na mão, com o trabalho todo feito por ti.
Ou considerar a instalação dos painéis noutro local, se houver viabilidade para isso (por exemplo numa segunda residência de habitação não permanente, num terreno que tenhas no campo, se houver essa possibilidade) sendo o autoconsumo aí. Sendo em local longínquo penso que terias que pagar pelo uso das redes pois estarias a usar a rede elétrica nacional. Ver essa possibilidade na lei e os custos desse uso das redes. De qualquer forma, a legislação está para mudar; penso que se esse outro local for a menos de 1km ou, se mesmo que a mais de um 1km, se o local dos painéis e o local do autoconsumo estiverem ligados ao mesmo PT, não se paga o uso das redes.