NovaEnergia

Já algum tempo que esperava um dia de sol, para poder comparar o efeito das sombras e demonstrar a diferença entre sistemas.

O dia 04 de fevereiro de 2013 permitiu (pelo menos até às 11 horas) tirar algumas ilações que aqui partilho convosco.

Foram analisados quatro sistemas, todos com inversor Xantrex 3.8 GT, mas diferentes potências e tipos de painéis:
Sistema 1 – 85 x QSSolar 55W = 4675Wp Thin Film Amorfo – Caldas da Rainha
Sistema 2 – 22 x Eurener 230W = 5060Wp Monocristalinos – Odivelas
Sistema 3 – 18 x Sanyo 235W = 4230Wp Monocristalino/amorfo – Queijas
Sistema 4 – 18 x QCells 230W = 4140Wp – Policristalinos - Borba

Às 9:00 da manhã é possível observar algumas diferenças no desempenho dos sistemas:
- O sistema 1 só arranca às 8:02 e só às 8:19 recebe os primeiros raios de sol (devido à sua localização num vale). Dessa hora em diante aumenta a produção de forma gradual ultrapassando os 1250W instantâneos às 9:00, com uma produção acumulada de 500Wh.
- Sistema 2 arranca às 8:46, às nove apresenta uma potência instantânea semelhante à do sistema 1, atingindo uma produção acumulada de 728Wh.
- Sistema 3 arranca por volta das 8:45, atinge um máximo de 1520W instantâneos às 9:00 com um total acumulado de 943Wh. (o logger só foi ligado às 7:58)
- Sistema 4 arranca às 8:43, mas mantêm-se sobre o efeito da sombra até às 8:20, atinge os 1502W instantâneos com um acumulado de 690Wh.

O sistema 1 até às 9:50 sofre de um sombreamento parcial em cerca 25% dos painéis (a fila anterior fica à sombra da fila da frente – a foto foi tirada às 9:30). Às 10:00: Aqui destaca-se a sombra que afeta o sistema 2 (uma chaminé vizinha causa danos apreciáveis). Daqui à fácil concluir que os sistemas baseados em ThinFilm são muito mais imunes aos sombreamentos, as células em causa possuem 132 x 3 cm e desde que uma pequena parte da célula esteja ao sol as perdas são mínimas.
Quando as sombras desaparecem o sistema 1 consegue ultrapassar os sistemas 3 e 4 em termos de potência instantânea, claro que a potência instalada aqui também tem peso significativo.

Às 11:00 já não existem efeitos da sombra em todos os sistemas (e no dia em causa) começam a surgir algumas nuvens altas o que coloca por terra a comparação isenta dos sistemas. Em género de conclusão, o ideal é não ter sombras, se forem inevitáveis deve equacionar-se a instalação de inversores com múltiplos MPPT´s ou no caso de haver muito espaço equacionar a instalação de paineis Thin Film (até é uma solução mais económica).

Boas colega Duarte

Sendo possuidor do sistema 4 pretendia dar aqui uma ideia sobre o que se passa no meu sistema.

No ano passado por este mês tinha o telhado mais baixo estando a chaminé do meu vizinho a fazer-me sombra nos painéis por varias horas. Entretanto subi o telhado anulando essa sombra e como resultado passei de máximos em janeiro de 15.6 kws para 18.05 kws em 2013...E a tendência de melhor rendimento continua neste mês (nos dias de sol).
De qualquer modo continuo com sombra de antena (por ser demasiado alta) e sombra de relevo do terreno/edifícios ao inicio e fim do dia nos meses de inverno (embora este fator não me preocupe por ser um tempo residual).

Por aqui facilmente comprovo que sombras de chaminé em poli-cristalinos são muitos euros a menos ao fim do ano

Pois as sombras numa instalação fotovoltaica, retira muito do seu potencial.

Com muitos painéis em série ainda pior....

Mas por vezes são inevitáveis.

Mas, segundo uma teoria que li há algum tempo (quando andava a investigar), as ligações em paralelo ainda são mais afectadas por sombras do que em série... .

PS: Agora, JDuarte, já tens mais um sistema (este "meu projecto") para fazeres esse tipo de comparações... .

Volt Escreveu:Mas, segundo uma teoria que li há algum tempo (quando andava a investigar), as ligações em paralelo ainda são mais afectadas por sombras do que em série... .

PS: Agora, JDuarte, já tens mais um sistema (este "meu projecto") para fazeres esse tipo de comparações... .

Pois dependo como os painéis são ligados!

No meu caso, cada painel é ligado individualmente ao controlador.
Pois se um deles ficar obscurecido, não afeta os restantes!
E tenho um sistema que faz a monitorização por tensão de cada painel.

Pois, os painéis em série!
Se um dos painel é obscurecido, naquela parte é formada uma alta resistência que impede o fluxo da corrente.
No pior dos casos, em vez do painel em questão, produzir energia absorvem tornando-se em carga!
A corrente que passa através dele, por efeito Joule, provoca um aumento da temperatura e o aumento na temperatura pode até causar o fogo das células ou a dissolução de soldaduras (efeito hotspot).

Boas,
No meu caso os 85 painéis estão organizados em séries de 5 painéis ligados em 17 circuitos paralelos interligados numa caixa de combinação que entrega "uma só string" ao inversor.
Os thinfilm por terem células longitudinais não têm as tradicionais soldaduras entre células o que minimiza as hipóteses de chatice com os "pontos quentes".
Cmps,

Como já foi dito, depende de como estão ligados, assim como, qual a extensão e quantidade de paineis afetados. Os paineis têm diodos internos a isolar, por norma, metade do painel de cada vez. Se a sombra afectar uma celula, fica metade do painel sem efeito.

Tomando por exemplo 10 paineis, e estando metade de um painel isolado; em série , perde-se 5% da produão. Em paralelo, perde-se a totalidade da produção desse painel (10% do total).