o rompimento do cordão de areia que separa a barrinha de esmoriz do mar e as descargas industriais a montante levaram a que a praia perdesse a bandeira azul e que, durante cinco dias estivesse interdita a banhos. hoje, a autarquia diz que já foi reforçada a barreira.
o presidente da junta de freguesia de esmoriz, alcides alves, disse que o problema do rompimento da barreira está resolvido "até são pedro virar costas".
segundo alcides alves, foi feito o reforço de areia pelo regimento de engenharia de espinho, a pedido da comissão de coordenação e desenvolvimento regional do centro (ccdrc).
"falta vontade política, dinheiro e medidas firmes sobre quem polui para resolver isto de vez. assim, com vento, chuva ou marés vivas, voltámos a ter o problema, que se repete todos os anos", critica o autarca.
um dique que foi feito com financiamento da união europeia desapareceu e os escombros fazem agora "parte do problema" e, para alcides alves, "é um absurdo o dinheiro público que se gasta todos os anos".
"a bandeira azul já foi e é a indignação total com o que se está a passar", relatou o presidente da junta de freguesia, considerando que é imperativo que as obras de recolha e tratamento dos efluentes a montante, a cargo da simria, "avancem rapidamente para se partir para a despoluição e dragagem da barrinha".
alcides alves recorda que josé sócrates, enquanto ministro do ambiente do governo de antónio guterres, esteve em esmoriz a apresentar o projecto para despoluir a barrinha, lamentando que passados anos ainda esteja "tudo na mesma".
"somos os vizinhos de baixo e apanhamos com a poluição dos outros. a barrinha está assoreada e não consegue reter o aumento do caudal derivado das descargas industriais, pelo que rompe a separação com o mar, que está a uma cota mais baixa", explicou.
o extenso areal de esmoriz é muito procurado por veraneantes e, quer a junta quer a câmara de ovar, gastam "milhares de euros todos os anos" na qualificação da praia, provida de várias estruturas de apoio como ecopontos, sanitários para deficientes e limpeza semanal, num esforço que "vai por água abaixo" quando a barrinha abre.
apesar de a barrinha já estar de novo isolada do mar, alcides alves critica ainda a falta de informação sobre a qualidade da água. "estamos à espera do resultado das análises e ninguém nos diz nada. as pessoas ligam para a junta a perguntar como está a água e temos de responder que ainda não temos informação".

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