Respondendo a si O_volt:
Uma das razões para as falhas em serviço de um sistema de BMS é justamente o ambiente agressivo do sistema (VE) onde este é instalado.
Tomamos todas as precauções necessárias na fase de projecto e depois submetemos o BMS a todo o tipo testes sem qualquer piedade e fomos melhorando ao longo dos anos sem que alguma vez tenha havido um reset do CPU ou qualquer mau funcionamento devido a transientes. O lema é: "estar sempre preparado para o pior...".
O CPU tem watchdog timer programado, em caso eventual de bloqueio um reset no intervalo de 1s inicializa todo o sistema (s/ registo até ao momento).
Tivemos duas únicas falhas devido a soldadura no circuito de bleed que deixou de funcionar para uma célula. O carregador deixa de carregar porque aquela célula não baixa abaixo dos 3,65V, na interface vê-se claramente um único bleed permanentemente actuado. Desmontagem, a inspecção visual confirmou a falta do chanfro de solda brilhante, rectificação á solda e ficou resolvido. O VE nunca ficou impedido de circular.
A solução do divisor impede que pelas células entrem transientes com tensões perigosas ou com capacidade de corrente pela secção de avaliação.
Pela secção de alimentação como já referi acima:
(...)
A alimentação dos reguladores especialmente desenvolvidos para o ambiente agressivo da industria automóvel é ainda protegia contra ligação reversa, corrente excessiva e transientes (TVS).
(...)
Os reguladores de tensão para alimentação do BMS são os LM2931 da ON Semiconductor c/ 60V Load Dump protection e -50V Reverse Transient Protection, a sua entrada está ainda protegida com diodos Schottchy de 100V, PTC de 0,75A, TVS de 18V 1500W e condensadores todos cerâmicos.
Os PFETS de bleed são 30V e são sempre usadas resistências de pull-ups ou pull-downs para que em caso de falha eventual e sistema reverta sempre a uma configuração o mais segura possível.
Os MOSFET de carga estão montados back to back nos MOSFET de descarga (common drain). A source dos MOSFET de carga é flutuante e a gate é comandada por um fotoisolador galvânico da (IRF).
Os testes de protecção contra-curto circuito foram os testes mais duros lançados sobre o sistema. O sistema corta um curto-circuito de 500A sem que um fusível ATO de 7,5A (I2t = 60A2s) tenha tempo de actuar.
Gráfico de corrente no corte de um curto-circuit de 500A (0,750mOhm sense) pelos MOSFET de descarga do BMS.
Linha amarela: Elevação da tensão na célula 4 durante o "kick back" indutivo do corte to curto-circuito
Linha azul: Tensão da célula 4 limitada a 18V á entrada do regulador de tensão da placa depois de protegido com o TVS de 18V 1500W
Reparar que aqui a escala da base de tempo são 500 nanosegundos (ns). Um raio de luz (v = 300.000Km/s) percorre apenas 30cm durante 1ns.
Linha amarela: Corrente durante o curto-circuito, corte pelos MOSFET de descarga do BMS e "kick back" indutivo.
Linha azul: Tensão total do pack durante o evento
Desde motores potentes de escovas de corrente contínua, carregadores elouquecidos e falhas catastróficas de controladores de motor já foram lançadas uma boa quota parte de bolas com efeito sobre o sistema até hoje apanhou-as todas sem deixar cair. A equipa que trouxe o projecto até aqui vai continuar por cá...
A buzina foi testada, o kit Xenon penso que não mas não antevejo qualquer problema.
O mesmo já não se pode dizer para os DC/DC converters baratos e não isolados que abundam por aí e que estão na origem da maior parte dos problemas de compatibilidade com os kits Xenon.