Bioenergia para um mundo em mudança

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luimio
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Bioenergia para um mundo em mudança

Mensagem por luimio »

bioenergia para um mundo em mudança

as políticas europeias de ambiente e de energia enfrentam grandes desafios nesta época de fenómenos climáticos extremos, que têm contribuído para convencer a opinião pública de que é necessário actuar no plano político.

além disso, há acontecimentos recentes que têm posto em evidência a necessidade de garantir o abastecimento energético da europa. o consumo de energia está a aumentar e já verificámos que a rússia, sempre que o quiser, pode abrir e fechar a torneira do gás natural que exporta. estamos perante uma situação insustentável; segundo as nossas previsões, em 2030 teremos de importar 65% da nossa energia se não modificarmos radicalmente a nossa política energética.

uma abordagem europeia - é necessário adoptar urgentemente uma abordagem europeia para garantir um abastecimento energético estável e respeitador do ambiente. este é um dos princípios de base do pacto energético que a comissão europeia apresentou em janeiro deste ano, um primeiro passo para uma nova política energética comum para a união europeia. este pacto contém dois objectivos a alcançar até 2020 reduzir as nossas emissões de co2 em 20% e conseguir que as energias renováveis representem 1/5 do total do consumo energético.

simultaneamente, comprometemo-nos a aumentar a utilização de biocombustíveis visando o objectivo de 10% do consumo energético do sector dos transportes. se quisermos reduzir os gases com efeito de estufa, teremos de ter transportes mais respeitadores do ambiente. os transportes marítimos, terrestres e aéreos são responsáveis por 1/4 das emissões de co2 e, se não agirmos com determinação, esta proporção continuará a crescer.

os biocombustíveis representam uma parte da solução, mas estamos também a preparar a apresentação, no próximo ano, de uma nova série de propostas para combater os efeitos ambientais do crescimento do parque automóvel europeu.

uma questão complexa - os biocombustíveis têm feito correr muita tinta há quem afirme tratar-se de um erro histórico e há quem os considere uma salvação para os problemas energéticos do mundo. a questão é mais complexa.

as vantagens para o ambiente da utilização de biocombustíveis dependem dos respectivos métodos de produção. os biocombustíveis produzidos com recurso a carvão têm um balanço negativo em termos de co2. contudo, este método de produção constitui uma excepção na europa. os métodos mais usuais implicam uma redução média de co2 entre 35 e 50%.


como não existem na europa áreas agrícolas necessárias para satisfazer a procura de plantas geradoras de energia, será necessário cobrir parte dessa procura com importações. contudo, seria ilógico importar biocombustíveis cuja produção implicasse mais emissões de co2 do que as que pouparia. por isso, a comissão exigirá que os combustíveis importados não impliquem um balanço ambiental negativo.

os biocombustíveis de segunda geração, do ponto de vista ambiental, serão tão eficazes como a energia eólica. contudo, apesar dos avanços dos últimos anos, provavelmente só em 2015 é que a produção será rentável. os biocombustíveis de primeira geração continuarão assim a desempenhar um papel importante para alcançar o nosso ambicioso objectivo em 2020.


a agricultura responde às expectativas - além das plantas energéticas, a agricultura e a silvicultura poderão gerar energias limpas e renováveis. podemos obter electricidade e calor a partir da combustão da palha, de cavacos de madeira e de pastos, ou a partir da biomassa. também é possível produzir biodiesel a partir de gordura animal procedente de subprodutos de matadouro e de animais mortos.

as alterações climáticas e as evoluções geopolíticas são uma realidade, mas a nova política energética europeia mais orientada para a protecção do ambiente também será um factor a ter em conta.

miriann fischer boel, comissária europeia da agricultura

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